João de Almeida é expressão
humana de sentimento, algo difícil
de ser traduzido em palavras ...
A clareza de idéias, juntamente
com uma contínua tonalidade poética,
simbolizam um pouco de sua emoção
transparente, e de sua humanidade rara.
Nas entrelinhas dos textos de Inquietações
de Assis, que ora nos chamam à
reflexão, ora nos puxam lágrimas
dos olhos, se revelam de forma permanente
um estado de alma, um desprendimento
material e uma riqueza de caráter
de conteúdo único.
Dos seus bem vividos 80 anos, o autor
passou mais da metade na fraterna Assis.
Desde 1962, quando a cidade possuía
a grande maioria de suas ruas de terra
batida, e banhos de água turva,
em Assis ele desenvolveu sua carreira,
criou seus filhos e amealhou seus melhores
momentos e amigos, alguns deles retratados
neste ensaio.
Com muitas praças e árvores
cheias de andorinhas, Assis, terra de
simplicidade e humildade, é merecedora
da homenagem que suas Inquietações
lhe prestam. A quase ausência
de indústrias, se por um lado
lhe privou de alguns recursos ou estrutura,
por outro lhe permitiu o desenvolvimento
acentuado da relação humana
e da sofisticação de sua
intelectualidade. O encontro de amigos,
o cortejo de carros na avenida, o convívio
no clube e os acirrados debates na Faculdade
são alguns dos melhores cartões
postais da cidade. Isso para não
falar do simples “boa taaarrrde”,
saudação proferida facilmente
pelos assisenses, no agradável
sotaque local.
Assis é terra de “gente
boa”. E João de Almeida
é gente dessa gente. A ligação
dos dois o tempo se encarregou de criar,
a semelhança, porém, é
de natureza intrínseca. Ambos
são silenciosos e reflexivos
nas suas transformações
e mudanças. Ambos se interiorizam
facilmente, mas o sorriso largo do autor
faz coro ao belíssimo pôr
do sol da cidade, uma de suas obras-primas.
Ambos têm a generosidade na alma...
E quão raro é isso hoje
em dia!
Apresento Inquietações
de Assis, em sua 3ª. Edição,
revisada e ampliada, com imenso orgulho,
agradecimento e emoção.
Orgulho por ser também filho
criado nessa terra. Emoção
e agradecimento pelo privilégio
que me é concedido por Deus,
do exemplo e dos princípios de
João de Almeida, um brasileiro
maravilhoso, que tenho a felicidade
de ter como meu pai.
Luís Roberto Demarco Almeida
Assis, setembro de 2010.
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