Os escritos que aqui estão reunidos
representam inquietações
de espírito lúcido em
nossa fraternal Assis, em geral acumuladas
nas décadas de 1980 e 1990, mas
também em amplo período,
com começo em 1971 e seu prolongamento
pela primeira década do século
XXI.
Embora com assuntos diversos, desde
as naturais preocupações
com a Universidade e o Ensino –
áreas do trabalho profissional
do autor – até notórios
destaques de personagens assisenses,
passam por reflexões de cidadão
participativo, inclusive sobre discrepâncias
sociais que não deixam de ser
notadas e, por isso, podem ser registradas.
Vai-se, facilmente, do cidadão
comum, mais humilde, ao de prestígio
e de altas responsabilidades, do recém-nascido
de boas perspectivas ao já
idoso experiente, com a mesma palavra
franca, por vezes de difícil
colocação, de quem busca
a verdade de modo sincero.
Formalmente tais escritos aqui se
revelam, em maioria, como crônicas,
publicadas em jornais da cidade ou
da região. Porém, nesta
edição, também
representam pronunciamentos do autor
em sessões solenes, ou se mostram
como cartas que, com frases objetivas,
colaboram para a firme fixação
de verdades pessoais e institucionais,
ou como poesia (ou prosa poética),
a fazer evocação de
significativos instantes familiares,
chegando ao encerramento com um texto
de entrevista – pequena síntese
de existência, por troca objetiva
de idéias em diálogo
controlado.
Trata-se, por conseguinte, de ampla
variedade de formas a envolver, de
modo inquietante, a diversidade de
temas da dinâmica social, em
reflexo da própria existência
do autor, de núcleo bastante
humano, de esforço coletivo,
sem privilégio gratuito.
Vale assinalar, por fim, que a ampliação
destas Inquietações
renova – agora com o honroso
título de Cidadão Assisense
– a nossa homenagem à
cidade fraternal de Assis, onde vivemos,
com prazer, desde 1962, e onde desenvolvemos,
por 42 anos, a nossa carreira universitária,
na Faculdade de Letras, hoje UNESP.
Tudo o que aqui se disse, então,
acaba por sublinhar a projeção
de nossa comunidade cordial, confirmando-se
o verdadeiro assisense como justo
merecedor da dedicatória deste
livro.
J. A.